Vamos deixar de lado o descontentamento. As causas,
a tanto são muitas. E delas, creio que ninguém pode dizer que tem as mãos
limpas. Alguns até votaram. Neste arraial de descontentamento. Sempre erguido
aos mesmos actores. Assim, agora, enclausurados nesta plateia de penúria. Olhai
a realidade. Quem faz as leis? São os homens que as aprovam. Os mesmos que, devidamente
conluiados, as lançam ao mercado das suas gamelas. E ainda dizem: nós estamos aqui,
porque foi o povo nos escolheu. É claro, esta gente, não conta com a abstenção.
Mas sabem dizer que o povo. É que quer estas governações.
E o povo! Na voz destes políticos polvos. Acredita que
é. Quem mais ordena.
À lei! Que depois de politicamente estruturada, passa
a exercício, é a régua da dita justiça.
Assim: Zé Abreu! Só tendes que respirar a Lei! E
comer dela! Se não estais contentes. Olhai para o sol. Ele nasce todas as manhas
a caminho da noite. Mas sempre em demanda de outro dia.
E porque tu! Zé pagante! És na voz de quem manda. A
lei. Aguenta com a Lei. Aguenta com a penúria. Alegremente paga a crise. E paga
com abundância e atempadamente a quem a fomenta.
Esbanja assim o teu suor, e contente, fica a olhar o
sol. Que vem sempre pela manhã. Com novo dia pela frente. E por enquanto, há
sua luminosidade, ainda não há político imposto. Por enquanto?
Mas nós, povo português, numa noite, criamos um
sistema que nos tem vindo a negar e a cercear o acesso à justiça. Delegamos a feitura
das leis a quem dificulta que elas sejam a todos, iguais e prontas. Na espera
do prometido rebuçado, escurecemos o Português horizonte. A darmos azo a tanta
espúria lei. Que vai manietando a justiça e discriminando a portuguesa gente.
Nesta escuridão, os esgrimistas da dita cuja lei.
Que vai encurtando a corda do ioiô, ao povo que mais ordena. Lá andam! Tanto entram,
como são despedidos. Mas nunca perdem. Há muitos ministérios. Muitos tachos
governamentais que sempre os acolhem. Até se abrem firmas e Institutos para distribuir
tachos. É triste. Mas eles, fora ou dentro. Lá se vão congratulando uns aos outros.
E neste sai e entra. Eu, ainda não vi nenhum sem gamela. Nem nas demoradas
filas de espera dos hospitais. A lei foi bem trabalhada. Bem artilhada à protecção
desta classe que se assalariou à profissão política. Mas, vamos lá, temos que
reconhecer que estes assalariados políticos.
Estão lá, como eles próprios dizem, porque fomos nós,
que lá, as colocamos. Por tanto, temos que as ajudar. Eles são a razão das acuais
políticas.
São a razão das leis que nos regem e governam.
E nós, o povo, somos quem mais ordena.
Sem a nossa vontade, eles não estavam lá!
Sem eles! Até nem havia crise!
Que tristeza! Um país sem crise!
Deixai-os saltitar e ocupar os cargos. Dos bons vencimentos.
Das rápidas reformas. Sinceramente! Esta gente não terá estômago para o calvário
do salário mínimo. Nem conhecimentos de sobrevivência. Que lhes permita viver
na miséria em que a população portuguesa vegeta. Não estarão aptos a viver amarradas
à política lei dos miseráveis salários mínimos. E das miseráveis e demoradas
reformas que aufere o Zé pagante. O Zé votante! É que tem que trabalhar. Ele! É
quem mais ordena. Ele! É que tem estômago! Para vegetar na miséria. Ele! É a
força da lei. Da lei que, o vai martirizando.
Neste actual martírio. Como cilício de punição e penitência
é o trabalhador que não quer diretores gerais e funcionários de carreira nas instituições.
O povo, quer sofrer! Quer sentir na pele a punição.
Para maior castigo. Quer sim, homens políticos no poleiro.
A inventarem leis que permitam empregar as políticas gentes. Quando da rendição
de poleiro. A estudarem leis a fartas indemnizações! E a políticas nomeações. Políticos!
Saciai-vos à grande. O povo é quem mais ordena. A crise até é uma simpatia. Um atractivo
para o Zé pagante abrir os cordões à imaginária bolsa. Gastar o seu milionário
salário. Ou empenhar a miserável reforma.
E vendo bem, para que é, que um trabalhador quer mais salário. Tenham vergonha gente de trabalho!
Não fomentem a crise. Vão trabalhar. Malandros! Coitados dos políticos. Temos que
lhes dar mais qualquer coisa.
São homens honestos. Pessoas sensíveis. Alguns, até
somente têm duas reformas. Outros coitados, em pouco tempo de politiquice. Têm que
ter logo estômago para uma reforma vitalícia. Tentem compreender, são homens
fracos.
Ajudem quem precisa
O meu obrigado
Com o que me resta do político saque.
Depois do abrilesco político ataque.
Vou comprar um caramelo que saiba a hipocrisia.
Para melhor encarar a actual mundial
fantasia.
Do grito de liberdade.
Da promessa de igualdade.
Dos castigos adocicados.
De todos os mundiais políticos pecados.
Muitos até, pelos próprios políticos
gritados.
Mas politicamente bem camuflados.
Para nos braços da troica, virem a ser
enredados.
Nesta fantasia, vão ficando os
portugueses deserdados.
Com saques nas pontes e nas estradas.
Cortes e atalhos, e um sem fim de políticas
trapalhadas.
Saúde, educação e justiça, são na crise
amarfanhadas.
Nestas políticas burricadas.
A suar como um desalmado, paga o Zé pagante.
Zé! Não desanimes! Se elegante!
Se com esta política cáfila tolerante.
Tudo isto é pelas comunicações difundido.
Consoante as letras do subsídio.
E a dependência de ordenados.
A que, pela barriga, são obrigados.
Eucaliptos a corrupta pasta de papelada.
Pelo subsídio, politicamente autorizada.
À fanfarronada ou discórdia da
política falsidade.
Que em vergonhosa impunidade.
Na graça das instituições.
Pelos políticos, destituídas de valor
e obrigações.
Vão autorizando tanta criminalidade.
Tanta política corrupção e ilegalidade.
Enquanto o baluarte fica sem praça.
Há pança de tanta política traça.
Neste maldito contubérnio, o foguetório
vai estourando.
Desemprego e fome aumentando.
Miséria que a Nação, vai enlutando.
Enquanto o inocente vai morrendo.
Ao som das políticas tretas.
Que vão fazendo mirrar as nacionais tetas.
Negando nascimentos.
Deixando ao abandono, interiores povoamentos.
Por entre promessas fantasiosas.
Gritadas a políticas falaciosas.
Embaladas em canções pimbas a orquestrar
políticos abraços.
Sem nacionais laços.
Mas repletos de políticos embaraços.
Por entre partidárias controversas
De fingidas conversas
A ofertar mel de colmeias imaginárias.
Num paraíso de infindas alegrias.
No qual, todos teriam a mão envernizada.
Sem pele calejada.
E a terra arada e cultivada.
Sem enxada que a desse cavada.
Nem caneta que a obrigasse.
E a mais riqueza a irrigasse.
A um todo de fertilidade.
E produtividade.
Na força de saber construtivo.
Mesmo que, a tanto, tenha que ser punitivo.
Utopias traiçoeiras.
A forjar o derrube de fronteiras.
Para melhor encher a corja politicamente
instalada.
Na força de tenebrosa politiqueira
cilada.
Neste ofertar sem consciência.
Triste é agora a existência.
E ao pobre, o pouco dos seus haveres,
é sonegado.
E o direito a requerer justiça negado.
Nesta nefasta política alhada.
Que dá a portuguesa Nação, por entre
escombros encalhada.
Nesta vida de tristeza.
Só há uma certeza!
A gamela é cada vez mais escassa a quem
trabalha.
E por duro cibo de pão batalha.
Comentários
Enviar um comentário