Portugal, na fumaça das
políticas promessas. Gritadas pelos políticos da abrilada. Estagnou num fosso
de subsídios para financiar alguma desgraça. Ou enriquecer alguns compadres.
Enquanto a divida vai aumentando. Assim como vão surgindo nas redes de
comunicação, uma cambada de comentadores de aprendizes às tretas do Bandarra. Na TV, é o pão de todos os dias. Adivinhos ou
eruditos, conhecedores de todas as causas, vão poluindo os éteres com o seu
falar de tudo e de nada, consoante as cores partidárias e interesses. Neste embandeirar,
ao trabalhador, em nome de falseada liberdade, e igualdade, somente se
escancararam as portas do precário. Por falta de homens de saber político a Portugal.
E honestidade ao tanto prometido. De políticas feitas ao trabalho. De educação,
moral e instrução que permitisse acompanhar os tempos. Tanto no espaço das
vicissitudes como das prosperidades. Portugal, quando cruzava o espaço no tempo
das lousas e do giz. A criançada portuguesa tinha a tabuada na ponta da língua.
Na força de uma cana sem transístores nem gastos de corrente eléctrica. Nesse tempo,
havia crianças por todas as aldeias de Portugal. Havia escolas em todas as
aldeias. Havia campos cultivados e pão na mesa. Na fogueira, fervia sempre um
pote de sopa de couve portuguesa. O trabalhador, quando não era malandro, tinha
sempre trabalho. Nem sempre bem pago. Mas havia trabalho. E os políticos não
tinham reformas vitalícias nem tantas regalias. Como cantina na Assembleia da República
aonde se pagam grandes pitéus a preço de cascas de alhos. No convívio de todas
as ideologias políticas. Hoje, com pizas, hamburgas e um sem fim de receitas de
pratos estrangeiros. Desde o caril à Bouilabaisse. Hoje, de braço dado com as
nações que ajudaram à nossa desgraça. A maior parte da população come de
esmolas. As crianças, carregadas de máquinas, para afiarem os dedos no teclado.
E envelhecerem os olhos na luminosidade do ecrã. La vão vergadas aos quilos de
livros que carregam para as aulas. Mas cansadas de tanto peso. Mal sabem a tabuada.
E da história de Portugal. Até é uma vergonha falar. Muitas, nem sabem quem foi
o primeiro Rei desta grande Nação. E até, há quem diga, que hoje, um grande
número de crianças, pensa que as galinhas nascem dos pacotes Knorr. A ser verdade
esta afirmação. Ou as máquinas têm um fusível a menos? Ou o correr do tempo.
Não deixa tempo disponível, para que os pais possam acompanhar e educar os seus
filhos. Ou a escola, não tem tempo para folhear tanto livro. Tanto Fusível e
transístor. E os miúdos, vergados com a carga de tanto peso inútil. Gastam os
dedos a pressionarem as maravilhas dos transístores. Nesta virtualidade de bonecada
em guerra. E sem saberem porque guerreiam. As crianças, aturdidas com tanta
irrealidade, param cansadas ao correr do tempo. Sem ninguém que lhes fale do
heroico passado. Como se as Lusas caravelas, tivessem chegado à Índia e ao
Brasil, dentro de um frasco de conservas. Ou teleguiadas pelos transístores de
um qualquer computador. Negro futuro, aguarda estas crianças, mais máquinas que
homens. Por falta de um presente que lhes lembre o glorioso passado da Nação
Portuguesa. Para assim, sem correr. No viver dos tempos, possa vir a construir
de verdade, e a honrar a palavra, para edificar um futuro mais promissor.
Diferente deste presente, que na desordem da corrida, vai negando a Pátria e a
Família.
NÃO CORRAS
Tantos são
os movimentos.
Entre não
sentidos elementos.
E tantas
são as visões.
De programadas
ilusões.
Neste viver
de dolorosas aflições
E falseadas
orações.
Que levam o
homem à destruição.
E à Divina
perdição.
Nesta escuridão.
Mundo iluminado.
Restas
arruinado!
A
ferramenta do crescimento.
Foi
transformada em bélico armamento.
Transformando
a produtiva terra
Em selvático
campo de guerra.
Seres que à
vida correm.
E pela vida
morrem.
Sem saberem
o porquê da sua existência.
Nem o porquê,
da vivida falência.
Neste mundo
de política fraudulenta.
E assaz,
truculenta e maldosamente turbulenta.
Fazedora de
braços a ferros mortais.
Sem saberem
que são mortais, como os mais.
E que o corpo
é Divino instrumento.
Dado ao crescimento
do universal empreendimento.
Mundo! Não
morras.
Para, não
corras!
O tempo. É
a nascente.
Que te abrirá
a luz e a fonte.
À noção do
saber andar.
Obedecer e
mandar.
Num mundo
de mais igualdade.
Sem tanta
política criminalidade.
A forçar a
humanidade a inúteis correrias
De brutais selvajarias.
A viciar
mercados e valores.
Sem morais
pudores.
E sem ética
política nem nobreza.
A fecundarem
pelo mundo, miserável pobreza.
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