Quando eu era criança, comia-se frango, encorpado
de penas bonitas e carne rija, que levava pelo menos seis meses a criar. Hoje,
comem-se frangos feitos quase à velocidade da luz. As vacas, até já são loucas de tanto chafurdarem
na farinha de peixe e outras. A ciência, o progresso, a dita interesseira liberdade.
E o fechar de olhos, de quem manda, porque aos votos, tem que estar feito servo
do progresso que lhe anunciam. Nesta cegueira, até já levaram alguns destes
indefesos animais ao canibalismo. Também já são poucas as searas, a produzir cereais
genuinamente farináceos. Até quando é que a caça ao voto, vai permitir todo este
progresso. O qual, nos vai alimentando, não tarda, também ao canibalismo.
Ó meu! Deixa a escola.
Vai jogar à bola.
Mete-te na cola, larga a sacola.
E se para a bola, não tiveres talento.
E se os chutos e cabeçadas, não te derem
sustento.
Enfia-te na politiquice.
As aulas, são uma chatice.
Livros e cadernos.
Miséria de infernos.
Editoras a imprimir sebentas.
A desfolhar a sujas e ignorantes ventas.
Agora com pistolas e naifas.
E leituras apócrifas.
Envoltas no nevoeiro. Das ervas para
snifar.
A escola é um todo a grifar.
Viva os corpos desnudos a académicas
tatuagens.
Tais são as neblinas, das ervas, nas
estudantis viagens.
Malfadada escola. Ferro, de cotas armados
em professores.
Como se fossem elos sabedores.
Os únicos portadores.
Das ciências ou conveniências.
Escarrapachadas às humanas existências.
Números e letras. Escolaridade, quanto
negativamente me alucinas.
Venha, mas é erva! Que me leve, para
lá, de mais calmas neblinas.
Ó meu! Olha que os políticos.
Sem responsabilidades, depressa ficam
ricos.
E os futebolistas.
Sem serem estadistas.
A darem cabeçadas, pontapés e chutos.
São uns ricos putos.
Alguns até à escola, dão a sua rasteira.
Para serem comprados por qualquer bandeira.
E logo nacionalizados.
Para nos nacionais pontapés, serem
logo integrados.
Mas se for um pobre imigrante, que
procure trabalho.
Não arranja tão depressa, nacional
agasalho.
Ó meu! Olha que muitos dos estudiosos
canudos.
Não seguem os aprendidos estudos.
Deixam a inteligência pela esperteza.
Vão para a política com a certeza.
Que mal ou bem, ganham mais cobres.
Que os honestos pobres.
Que na exigência das suas vocações.
Seguem as encanudadas profissões.
Ó meu! Dá um salto de canguru, na treta
da escolaridade.
Ingressa na Bolonha, nessa triste realidade.
Desta montada bestialidade.
À burricada da licenciatura.
Que sem qualquer valida estrutura.
Vai desmontando o socialmente atingido.
Por um mundo socialmente fingido.
Snobe e hipócrita.
Narrado numa história de falsa escrita.
Propagandeada por entre maléficos
nevoeiros.
De tanto snifarem éteres traiçoeiros.
Comentários
Enviar um comentário