Infelizmente hoje, Portugal, tem que chorar os seus
mortos. Porque não os soubemos respeitar nem honrar. Nem fomos homens de braços
feitos a defender o por eles, com honra, heroísmo e lealdade, para com o Pátrio
construído. Pelo contrário, em inacreditável destoar do procedimento seguido
por todas as nações, sejam elas grandes ou pequenas. Ainda muitas vezes, até
deturpando e agravando os factos, e não contando com a realidade do tempo e
instrumento conhecido. Penalizamos e avivamos os possíveis erros dos homens que
nos fizeram grandes. Como se o erguido, por outras nações, tivesse sido
conseguido, pelos seus antepassados prostrados de joelhos a rezar. Ou a dar milho
aos pombos. Haja vergonha e dignidade.
Lembranças e sombras
Dias sem sol, nem trevas.
Em espaços sem tempo a horas
Vividas entre passos e corridas.
Tudo às escondidas
A armar mortais vidas
À execução de macabras manobras.
Para marchas de vidas sofridas
Ao serviço de guerrilhas sem fardas.
Em guerra de apalhaçado hino de morte
Longe de concretizado norte.
Na deriva de sangue e escombros.
E corpos camuflados
Inertes tumentes.
De membros decepados.
Caras de assombros.
De estrelados ombros
A carregar fracas mentes.
E porque do pré são dependestes.
Sem pela Pátria serem combatentes.
Desonram-se os estandartes.
Quantos medalhados no sangue de
inocentes.
Vivem de falso merecer.
Tiros e corpos a desfalecer.
Quanto padecer!
Em gritos de medo a silenciar.
No gatinho o dedo, em constante acariciar.
Venham mais corpos! É só municiar.
A tanto, não há valentes
Só a explosão dos combates.
Será que são os mortos os
sobreviventes?
Neste grito de emudecer.
Por falta de eco a mais crescer.
Porque a morte deflagra a anunciar
O seu eterno sentenciar.
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